05/09/2011

Audiência não tem acordo, e greve no Maracanã segue sem data para acabar


Paralisação é mantida, agora, à espera de julgamento, que só será realizado a partir da próxima semana. Sindicato ainda espera recuo do Consórcio

greve funcionários obras maracanã (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
A greve nas obras do Maracanã segue sem data para acabar. Nesta segunda-feira, a audiência de conciliação entre o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro (Sitraicp) e o Consórcio Maracanã Rio 2014, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), não rendeu um acordo. Assim, a Justiça determinou que a defesa dos operários tem cinco dias úteis para apresentar as provas das acusações contra a empresa, e o julgamento da ação só será realizado a partir da próxima semana. Sem acerto ou decisão do juiz, os cerca de 2.200 mil operários continuam sem trabalhar por tempo indeterminado.
- Nossa expectativa é a de que o consórcio entre em contato antes do prazo para rever alguns dos pontos que levantamos. Caso contrário, a obra vai mesmo ficar parada, e o cronograma pode atrasar - disse Romildo Vieira, um dos diretores do sindicato.

O Sitraicp marcou uma nova assembleia com os trabalhadores do Maracanã para às 7h (de Brasília) de terça-feira para comunicar a falta do acordo na audiência de conciliação e anunciar a manutenção da greve aos operários contratados. A diretoria do sindicato acredita que o julgamento da ação será marcado para a sexta da próxima semana, mas espera que o consórcio aceite suas reivindicações antes disso.
- Não entendi o motivo de o consórcio ter pedido uma audiência conciliatória. Eles vieram aqui sem o propósito de conciliar. Disseram que não discutem mais com os trabalhadores. Então, vamos ter que aguardar os desdobramentos. Trouxemos testemunhas e estamos reunindo provas para resolver isso semana que vem - afirmou o advogado do sindicato, Silvio Lessa.
Descontos nos salários
Algumas das testemunhas entre o operariado levaram contra-cheques e extratos bancários com valores diferentes do que deveria ter sido pago como salário. Uma pessoa apresentou um contra-cheque com R$ 1.540 como valor líquido, mas sua conta recebeu R$ 1.400 de depósito. Ele disse que não houve problema com o banco e que os funcionários do RH do consórcio, localizado no Maracanã, o trataram com indiferença após a insistência no assunto. A suspeita é a de que tenha havido retaliação pelos dias de ausência em agosto, o que não estava previsto.
Audiência entre operários e consórcio do Maracanã de 2014 (Foto: Divulgação /  TRTRJ)
Até o momento com duas paralisações, o Maracanã já ficou um total de dez dias sem obras (cinco da primeira greve e mais cinco da atual). Se confirmada a espera do julgamento, o estádio poderá ficar pelo menos mais 11 dias sem ninguém trabalhando, chegando a 21 de interrupção.
Por meio de nota oficial, o Consórcio enviou à imprensa um esclarecimento sobre o assunto:
"Em audiência no prédio sede do Tribunal Regional do Trabalho na tarde desta segunda-feira, ficou decidido que será julgado o pedido do Consórcio Maracanã Rio 2014 para que seja declarada abusiva a greve dos trabalhadores que atuam na obra do estádio. O consórcio esclarece que cumpriu todos os pontos do acordo firmado em 21 de agosto, entre eles o aumento, a partir de 1º de setembro, do valor da cesta básica de R$ 110 para R$ 160, o que é um incentivo à frequência ao trabalho, pago com base no mês trabalhado; plano de saúde individual para os trabalhadores (titulares), também a partir de 1º de setembro; e abono dos dias parados (17, 18 e 19 de agosto), sem desconto nos benefícios dos trabalhadores, o que foi integralmente pago no último dia 31 de agosto. Apesar disso, uma nova paralisação foi iniciada na manhã do dia 1º, portanto, antes mesmo de os trabalhadores confirmarem o cumprimento dos itens acordados. O Consórcio Maracanã Rio 2014 também solicitou, na audiência, que o acordo do dia 21 de agosto e homologado pelo TRT seja anulado, já que foi ignorado e descumprido pelos trabalhadores.Os representantes do consórcio na audiência não falaram sobre o assunto e afirmaram que uma nota oficial será enviada à imprensa com sua versão sobre o problema. Uma das alegações do consórcio é que os trabalhadores assinaram o contrato com validade até janeiro de 2012".
Os funcionários demandam melhores condições de trabalho, como maior segurança no dia a dia (a primeira paralisação ocorreu em virtude de um acidente), refeições de mais qualidade, presença de um médico no turno da noite. extensão do plano de saúde (concedido individualmente) à família e, principalmente, o aumento da cesta básica de R$ 110 para, ao menos, R$ 180 - foi oferecido o valor de R$ 120. Confira todas as reinvidicações:

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